O marketing jurídico é uma prática cada vez mais comum entre advogados e escritórios de advocacia que buscam aumentar a visibilidade.
No entanto, as regras e a abordagem ao marketing jurídico variam significativamente de um país para outro. Entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo, há diferenças notáveis na forma como a advocacia é promovida. Lá, ela é moldada por regulamentações distintas e contextos culturais divergentes.
Hoje decidimos explorar essas diferenças, analisando como as práticas de marketing são influenciadas pela legislação e percepção pública.
Regulamentação e Ética: um panorama geral
Brasil: regras rígidas e foco na discrição
No Brasil, o marketing jurídico é fortemente regulamentado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que estabelece diretrizes rigorosas para garantir que a advocacia seja exercida com ética e responsabilidade – confira nosso artigo falando das regulamentações: clique aqui para ler
De acordo com o Código de Ética da OAB, advogados e escritórios de advocacia são proibidos de utilizar autopromoção.
A publicidade deve ser discreta, informativa e não pode prometer resultados ou utilizar comparações com outros profissionais.
Como resultado, os advogados brasileiros adotam uma abordagem mais contida, concentrando-se em estratégias como o marketing de conteúdo.
Estados Unidos: liberdade de expressão?
Nos Estados Unidos, o cenário é bastante diferente. A Suprema Corte dos EUA decidiu, na década de 1970, que a publicidade de advogados é protegida pela Primeira Emenda. Esta garante a liberdade de expressão.
Como resultado, os advogados americanos têm maior liberdade para promover seus serviços, desde que sigam as diretrizes básicas.
Essa liberdade permite que os advogados nos EUA utilizem uma ampla gama de estratégias de marketing.
Essas estratégias incluem comerciais de TV, anúncios em outdoors e até mesmo slogans e testemunhos de clientes.
Essa abordagem mais comercial reflete a visão americana da advocacia como um serviço que pode e deve ser promovido de maneira semelhante a outros serviços profissionais.
A cultura jurídica funciona com influência direta
No Brasil, a advocacia é tradicionalmente vista como uma profissão respeitável e conservadora, o que se reflete nas restrições ao marketing jurídico.
Aqui os advogados devem manter um padrão elevado de seriedade, evitando qualquer prática que possa comprometer a dignidade da profissão.
Essa percepção cultural influencia não apenas as regulamentações, mas também a maneira como o público brasileiro reage.
Como comentado antes, no Estados Unidos a advocacia é vista como um serviço semelhante a outros serviços comerciais. A cultura jurídica americana valoriza a acessibilidade e a competitividade, o que se reflete na aceitação pública de anúncios de advogados.
O público nos EUA está acostumado a ver comerciais de advogados oferecendo ajuda para todo tipo de caso.
As tendências para o futuro
Brasil com potencial de mudança
O marketing jurídico no Brasil continua a evoluir, e há discussões em andamento sobre a possível flexibilização das regras estabelecidas.
Com o avanço da tecnologia e o crescente uso das redes sociais, é possível que as normas sejam ajustadas para permitir uma maior liberdade.
Além disso, o uso de inteligência artificial e automação pode abrir novas possibilidades para o marketing jurídico, permitindo uma personalização ainda maior na comunicação com os clientes e na criação de conteúdo.
Estados Unidos, inovação na evolução
Nos Estados Unidos, as tendências apontam para uma maior integração de tecnologia nas campanhas.
A automação, o uso de big e a inteligência artificial para personalização de campanhas são apenas algumas das inovações que estão moldando o futuro por lá. Afinal, com a liberdade criativa mais desenvolvida, é possível trabalhar de maneira mais intensa estes outros aspectos.